Numa pequena vila vivia uma menina com a sua humilde família, completamente apaixonada pela variedade existente na natureza e com tudo aquilo que a rodeava.

Acreditava que tudo era puro, que não havia maldade, tinha os seus medos como qualquer outra criança e não sonhava que um dia ia crescer num mundo repleto de mentiras.
Ela apaixonava-se com facilidade por pequenas coisas, gestos e até mesmo por pessoas que não conhecia nem imaginava que um dia ira conhecer.
De vestido branco e sapatinhos calçados lá ia ela com os seus cabelos longos de ouro a esvoaçar enquanto corria pelo campo, olhos azuis brilhantes reflectiam o que pela sua cabeça passava, os seus sonhos e fantasias, com um sorriso sincero e cativante. Assim era a pequena Sofia, sempre inocente e de alma pura.

O que lhe aconteceu?
É uma longa história, cresceu demasiado rápido, amadureceu muito mais depressa do que qualquer outra criança da sua idade.
Sonhou demasiado alto, mas a única coisa que ela sempre desejou foi ser feliz.

Deixou de acreditar nas histórias de encantar, no príncipe que um dia chegaria no seu cavalo branco, de que todas as pessoas eram boas e a queriam ver bem.
Perdeu a sua ingenuidade e inocência precocemente, o seu sorriso amarelou, já não é tão sincero como outrora, o seu olhar perdeu o esplendor e o azul dos seus olhos tornou-se cinza.

Sofia aprendeu o que era a dor nos mais diversos sentidos e aprendeu a conviver com ela.
Desenvolveu algumas defesas e uma delas foi a sua enorme paixão por animais que a ajudaram a curar algumas feridas, porém houve algo que não mudou.

Continua a apreciar a natureza e a expressar-se de uma maneira diferente, pois nem toda agente é de confiança para poder revelar os seus segredos e emoções.
Realmente nunca foi de ter grandes amizades, aprendeu o que é estar sozinha e a desfrutar da solidão.

Descobriu que pode continuar a sonhar com histórias de encantar usando um simples papel e uma caneta.
Sofia aprendeu a escrever a sua própria história e ainda hoje continua a fazê-lo.

Aliás estou neste momento a escrever e a tornar real a minha história.
Esta sou eu.

Eterna Sofia