E do nada reaparece, como a brisa que nos toca no fim da tarde de outono, agradável e sem fim.
Como uma chama iniciada de uma pequena faísca, que se não for vigiada é capaz de incendiar.
Assim como uma flor que renasce em cada estação cada vez mais forte e bonita.
Assim como tu, que apareces no meio de uma tempestade para me lembrares que existes e que estás aqui.
Por mais que tente não procurar te, ouvir te ou ver te reapareces como um raio de sol no inverno para me mostrar que ainda é possível ansiar pela chegada do verão. Não posso saltar as estações quando ainda agora chegou a primavera e ainda não colhi os frutos desta maravilhosa estação. Não sei se as sementes que plantei se são de qualidade, não sei que sabor terá o fruto, nem sei se o seu tamanho representará o seu verdadeiro valor. Só sei que semeei com todo o meu amor.
Assim como a lua temos as nossas fases, a que cresce pela quantidade de luz que recebe do sol, assim como míngua por não receber o suficiente, assim como ela também vivemos as cegas. Mas há um ciclo em que atinge o auge do seu esplendor. A lua passou a vida a admirar o sol de longe ansiando um dia poder tocar lhe, sentir lhe ou até mesmo beijar lhe, sonhou tanto que o universo deu lhe o poder de o fazer através do eclipse mas avisou a que não duraria para sempre.
A lua aproveitou assim como o sol, a oportunidade que lhe deram de viver o seu grande amor. A intensidade do seu encontro fez com que todos ao seu redor vivessem às cegas para que eles pudessem ver-se.
Uma coisa é certa, não posso viver de eclipses, quando quero sentir a força das estações na minha pele com todos os prós e contras, de céu aberto ou em pleno temporal.
Não quero ver de longe o que posso sentir de perto.
E não posso pensar no que posso perder quando sei o que ganhar.
21/03/2025
Sofia F.
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